Sinais de Fogo, antologia poética
Jorge de Sena
Edições Asa
Não acredito na imortalidade de coisa alguma.
p.20
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Jorge de Sena
Edições Asa
Não acredito na imortalidade de coisa alguma.
p.20
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ANDANTE
(…)
IV
(…)
IV
Não é de um medo enorme que ressurge a vida?
As crianças nascem com uma coragem que perdem.
As mães provocam-nas em si com uma coragem de carne.
E os homens levam-nas consigo sem as conhecer.
As crianças nascem com uma coragem que perdem.
As mães provocam-nas em si com uma coragem de carne.
E os homens levam-nas consigo sem as conhecer.
18/1/42
p.36
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PARA O ANIVERSÁRIO DO POETA
Não passam, Poeta, os anos sobre ti,
Embora sejas mais mortal que os mais:
No tempo, viverás longe daqui,
No espaço, apenas deixarás sinais.
E quando, pelos campos silenciosos,
Lá te encontrar’s nas ondas dos trigais,
Repara como fogem receosos,
Para o poente, os ventos luminosos –
- antes que os homens nasçam teus iguais.
Embora sejas mais mortal que os mais:
No tempo, viverás longe daqui,
No espaço, apenas deixarás sinais.
E quando, pelos campos silenciosos,
Lá te encontrar’s nas ondas dos trigais,
Repara como fogem receosos,
Para o poente, os ventos luminosos –
- antes que os homens nasçam teus iguais.
7/3/44
p. 64
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p. 64
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EPÍGRAFE PARA A ARTE DE FURTAR
Roubam-me Deus,
Outros o Diabo
- quem cantarei?
Roubam-me a Pátria;
E a Humanidade
Outros ma roubam
- quem cantarei?
Sempre há quem roube
Quem eu deseje;
E de mim mesmo
Todos me roubam
- quem cantarei?
Roubam-me a voz
Quando me calo,
Ou o silêncio
Mesmo se falo
(…)
3/6/1952
p. 75
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O POEMA
(…)
Era de longe tudo o que eu pensava.
Por que o direi, se não desejo nada
Que nada seja em dimensões de amor?
Se apenas sei como em palavras morre
O que em palavras nunca mais direi?
24/12/1951
p. 77
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NOUTROS LUGARES
Não é que ser possível ser feliz acabe,
Quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
(…)
Madison, 21/1/1967
p.167
Roubam-me Deus,
Outros o Diabo
- quem cantarei?
Roubam-me a Pátria;
E a Humanidade
Outros ma roubam
- quem cantarei?
Sempre há quem roube
Quem eu deseje;
E de mim mesmo
Todos me roubam
- quem cantarei?
Roubam-me a voz
Quando me calo,
Ou o silêncio
Mesmo se falo
(…)
3/6/1952
p. 75
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O POEMA
(…)
Era de longe tudo o que eu pensava.
Por que o direi, se não desejo nada
Que nada seja em dimensões de amor?
Se apenas sei como em palavras morre
O que em palavras nunca mais direi?
24/12/1951
p. 77
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NOUTROS LUGARES
Não é que ser possível ser feliz acabe,
Quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
(…)
Madison, 21/1/1967
p.167
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