sábado, 22 de março de 2008

A Montanha da Alma


"A Montanha da Alma"
Gao Xinjian
Publicações D. Quixote
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O homem pilha a natureza, mas a natureza acabará por se vingar.
P.64

Basta-te familiarizar-te com a natureza e ela aproximar-se-á de ti.
P.65

Demasiada reflexão, demasiada lógica, demasiado sentido! A própria vida não obedece a nenhuma lógica, porque se pretende deduzir o seu significado com a lógica?
P.66

O destino é tão duro e o homem tão fraco. Face às adversidades, o homem não é nada.
P.90

O homem pertence àquela espécie de animais que, uma vez feridos, podem tornar-se particularmente ferozes. O que o apavora é a sua própria loucura e, quando fica louco, tortura-se até à morte...
P.103

O homem vem ao mundo no meio de choros e gritos, deixa-o no meio do alarido. É esta a natureza humana.
P.142

...a pretensa civilização estabeleceu a separação entre pulsão sexual e amor. Também inventou os conceitos de casamento, dinheiro, religião, moral e o que se chama o peso da cultura. A espécie humana é mesmo estúpida.
P.259

É verdade, tu seduziste-a, mas ela também te seduziu. Entre as astúcias das mulheres e a avidez dos homens, de que serve discernir quem é mais responsável?
P.340

Não se procure sondar as almas, não se procure as causas e os efeitos, não se procure o sentido, tudo é simplesmente caos.
P.385

O homem só grita quando não compreende, aquele que gritou não compreendeu nada. O homem é um ser difícil que cria os seus próprios tormentos.
P.385

A linguagem é como uma bola de massa na qual passam frases. Desde que abandonas as frases, é como se entrasses num lodaçal donde já não podes sair.
P.386

Nos aborrecimentos, nas preocupações do trabalho, o homem está sozinho. Uma vez que estás lá dentro, terás de sair deles por ti mesmo, não há salvador que se ocupe dessas futilidades.
P.386

O mundo não foi feito para os homens, mas os homens têm de viver nele.
P.490

...a História no fim de contas, pode ser decifrada como se quer, o que é uma grande descoberta!
P.493

O que é curioso é que, quanto mais se matam os homens, mais numerosos eles são, enquanto que os peixes, quanto mais se pescam, mais raros eles se tornam. Mais valia que fosse ao contrário.
P.514

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